Quando o VAR não pode interferir?

O árbitro de vídeo (VAR) foi implementado para reduzir erros claros e óbvios no futebol, mas sua atuação tem limites bem definidos. Muitas dúvidas surgem sobre quando o VAR pode ou não interferir nas decisões do árbitro de campo. Entender essas regras é essencial para evitar polêmicas e compreender melhor as decisões tomadas durante as partidas.

VAR pode chamar para anular pênalti?

O VAR pode interferir em uma decisão de pênalti apenas em situações específicas. Segundo o protocolo da Fifa, o árbitro de vídeo pode chamar o árbitro de campo nos seguintes casos:

• Quando um pênalti é marcado por um erro claro e óbvio.
• Se houver um toque na bola antes do contato faltoso.
• Quando o contato que gerou o pênalti não existiu ou foi claramente forçado.
• Se houver uma infração anterior à jogada que invalida o pênalti.

Por outro lado, se o árbitro de campo marcou o pênalti com base em sua interpretação do lance e não há erro evidente, o VAR não pode chamar para revisão. Isso significa que lances de contato leve ou disputas normais dentro da área, mesmo que questionáveis, não podem ser anulados pelo VAR caso não haja um erro claro.

VAR pode chamar em lance interpretativo?

Uma das maiores limitações do VAR é sua impossibilidade de interferir em lances interpretativos que não configuram erro claro e óbvio. O protocolo da Fifa estabelece que decisões baseadas na interpretação do árbitro, como faltas leves, disputas de bola e toques de mão em situações não claras, não devem ser revistas pelo VAR, a menos que haja um equívoco evidente.

Isso significa que, se o árbitro decidir não marcar uma falta dentro da área por considerar o contato normal, o VAR não pode interferir para sugerir a marcação do pênalti. Apenas se houver um erro claro, como um pisão não percebido ou um puxão evidente, o VAR pode chamar o árbitro para revisar a jogada.

Essa limitação gera polêmicas, pois muitos torcedores esperam que o VAR intervenha em qualquer jogada duvidosa. No entanto, o objetivo do sistema não é reavaliar todas as decisões do árbitro, mas corrigir erros óbvios que possam influenciar diretamente no resultado da partida.

Por que o VAR não chamou no pênalti do Palmeiras?

O lance polêmico na semifinal do Campeonato Paulista de 2025 entre Palmeiras e São Paulo levantou debates sobre a atuação do VAR. No jogo, o árbitro Flavio Rodrigues de Souza assinalou um pênalti que foi marcado para o Palmeiras após um suposto contato dentro da área. A Federação Paulista de Futebol (FPF) divulgou os áudios da arbitragem e explicou por que o VAR não chamou o árbitro para revisão.

Segundo a análise da FPF, o contato entre o defensor do São Paulo e o atacante do Palmeiras foi considerado dentro dos critérios interpretativos da arbitragem. O VAR verificou se houve um erro claro, mas decidiu não chamar o árbitro de campo por entender que o contato se enquadrava nas decisões passíveis de interpretação. O relatório apontou um "calço na perna esquerda" do atacante, o que justificaria a manutenção da decisão de campo.

Esse tipo de situação reforça a importância de conhecer as diretrizes do VAR e entender que nem toda jogada polêmica pode ser revista ou alterada. Enquanto o sistema busca minimizar erros graves, sua aplicação continua gerando debates sobre os limites da tecnologia no futebol.