A janela de transferências de 2024 foi marcada por uma interessante disparidade entre os valores de mercado e os valores pagos pelos clubes da LaLiga, resultando em negociações inteligentes para alguns e prejuízos significativos para outros. Enquanto alguns clubes conseguiram contratar jogadores muito abaixo de seus valores de mercado, outros perderam milhões com saídas a preços inferiores. Aqui está uma análise detalhada de quem foram os vencedores e perdedores desse período.
Os clubes mais astutos da janela de transferências
De acordo com um estudo da Flashscore, os clubes da LaLiga gastaram aproximadamente € 553,9 milhões em jogadores cujo valor de mercado combinado era de € 892,6 milhões, o que significa que os clubes pagaram, em média, apenas 62% do valor de mercado. Isso reflete uma abordagem estratégica, onde a maioria dos clubes espanhóis conseguiu contratações a preços abaixo de suas avaliações.
O Betis e o Alavés estão entre os maiores exemplos de eficiência na contratação. O Betis gastou apenas € 26,95 milhões para trazer jogadores cujo valor de mercado combinado era de mais de € 50,7 milhões. Já o Alavés pagou cerca de 50% do valor de mercado, investindo € 9,5 milhões em jogadores que valiam aproximadamente € 20 milhões.
No topo das pechinchas, destaca-se o Real Madrid, que trouxe Kylian Mbappé, o jogador mais valioso do mundo, avaliado em quase € 196,5 milhões, sem gastar um centavo, já que ele chegou como agente livre. Além disso, o clube também apostou em jovens promessas, como Osri Oskarsson, que chegou por € 20 milhões, embora seu valor de mercado fosse de apenas € 4,6 milhões, indicando um investimento para o futuro.
Apostando no futuro, pagando mais caro
Entretanto, nem todos os clubes seguiram essa estratégia de contenção. Villarreal, Girona e Real Sociedad foram os únicos a gastar acima dos valores de mercado. Isso se deve principalmente à aposta em jogadores jovens com grande potencial de crescimento. O Villarreal, por exemplo, trouxe talentos como Logan Costa e Willy Kambwala, ambos com menos de 23 anos.
O Girona seguiu uma linha semelhante, investindo € 18 milhões no colombiano Yaser Asprilla, cujo valor de mercado era de apenas € 8,9 milhões. Embora esses investimentos sejam vistos como arriscados no curto prazo, os clubes acreditam que esses jovens jogadores podem render retornos substanciais no futuro, seja com desempenho em campo ou com uma venda por valores muito maiores.
Ruins de venda: as perdas financeiras da La Liga
Se as contratações foram, em grande parte, positivas para os clubes espanhóis, o mesmo não pode ser dito sobre as vendas. Nenhum clube da La Liga conseguiu vender jogadores por mais do que o valor de mercado, resultando em uma perda coletiva de mais de € 230 milhões.
O Barcelona foi um dos mais afetados, vendendo jogadores como Ilkay Gundogan e Sergiño Dest por muito menos do que eles valiam. O clube recebeu apenas € 38,3 milhões em transferências, embora o valor de mercado desses jogadores fosse de mais de € 73 milhões. No caso de Dest, que enfrentou lesões graves, o clube não obteve nenhum valor de transferência, um duro golpe para as finanças já fragilizadas do Barça.
Outro exemplo é o Atlético de Madrid, que perdeu dinheiro com a venda de Samu Omorodion. Embora o atacante estivesse avaliado em mais de € 40 milhões, ele foi vendido ao Porto por apenas € 15 milhões.
O impacto dos agentes livres nas transferências
Grande parte dessa disparidade entre os valores de compra e venda se deve à movimentação de jogadores agentes livres. Muitos clubes conseguiram contratar jogadores valorizados sem pagar nada, como no caso do Real Madrid com Mbappé e do Betis, que perdeu Guido Rodríguez (avaliado em € 19 milhões) sem receber compensação financeira. Por outro lado, os agentes livres também prejudicaram clubes como o Villarreal, que perdeu Bertrand Traoré (avaliado em € 10 milhões) sem qualquer retorno.
Em resumo, a janela de transferências de 2024 para a La Liga foi um jogo de extremos. De um lado, clubes como o Real Madrid, Betis e Alavés conseguiram contratar jogadores por valores muito abaixo de seus preços de mercado, mostrando uma gestão inteligente dos recursos. Do outro, equipes como o Villarreal e Girona apostaram no futuro, pagando mais por jovens promessas.
No entanto, as perdas com vendas abaixo do valor de mercado, principalmente de jogadores agentes livres, foram um ponto de fraqueza. À medida que a temporada avança, será interessante ver se esses investimentos em jovens talentos vão valer a pena e como os clubes vão lidar com as perdas financeiras de jogadores que saíram sem gerar receita.
No competitivo cenário do futebol espanhol, a eficiência no mercado de transferências pode ser a diferença entre o sucesso em campo e os problemas financeiros fora dele.
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